Como é visitar a vinícola Concha y Toro, no Chile

Não sou um grande conhecedor, mas sou em entusiasta do vinho. Digamos que em nove de cada dez posts que eu escrevo, uma taça de vinho me acompanha 😛 Brincadeiras à parte, nessa história de vinho, desde sempre eu consumo, entre outros, os vinhos da Concha Y Toro. Uma vez em Santiago, eu não poderia deixar de visitar a vinícola, consequentemente.

Conha y toro

A Concha Y Toro fica nos arredores de Santiago, mais precisamente na cidade de Pirque. Uma vez no metrô Las Mercedes, o trajeto de ônibus demora uns 30 minutos. Você pode comprar o tour antecipadamente, pela Internet, no site da vinícola.

São dois tours: o Tradicional e o Marques da Casa Concha. O tour Tradicional pode ser feito em português, inglês ou espanhol, enquanto o Marques não possui opção em português. A diferença entre os dois é que no segundo há mais vinhos para degustação, bem como uma tábua de queijos para acompanhamento. Como eu planejava almoçar no Wine Bar deles, optei pelo tour Tradicional em português.

O guia começa contando a história da família fundadora da vinícola e nos mostra (apenas externamente) a casa na qual eles habitavam. Após, ele nos leva ao terreno onde são cultivadas as uvas que darão origem à bebida. A Concha Y Toro possui áreas de cultivo em várias partes do Chile e, inclusive, na Argentina. Cada solo, aliado às condições climáticas e outros fatores, conjunto que eles chamam de terroir, é mais apropriado a cada tipo específico de uva.

Após uma explicação das condições ideais de cultivo das uvas, o guia nos leva para a primeira parte da degustação.

O primeiro vinho é um branco Gran Reserva. O guia nos ensina como degustar o vinho, as características às quais se atentar e pontua detalhes interessantes, mas de um modo descomplicado e sem frescuras. O vinho é ótimo e a taça, que será usada também na degustação dos próximos rótulos, é um brinde.

Primeiro vinho da degustação
Primeiro vinho da degustação

Depois, todos são levados ao Casillero del Diablo, compartimento subterrâneo onde são armazenados vinhos em barricas e onde é contada a lenda do famoso rótulo da casa. Há um vídeo e todo um clima é criado em torno da lenda do vinho.

E qual lenda seria essa?

Diz a história que Don Melchor, fundador da Concha Y Toro, não só produtor como apreciador de um bom vinho, guardava os melhores vinhos que produzia para consumo próprio. Para isso, ele construiu um armazém subterrâneo, um casillero, para guardar para si suas melhores garrafas.

Alguns empregados da vinícola, ao saberem o tesouro guardado no subterrâneo, começaram a roubar algumas dessas valiosas garrafas. Entretanto, surgiu um boato de que aquele armazém era assombrado e guardado pelo próprio diabo… um mentira óbvia, até que alguns funcionários presenciaram visões estranhas e o boato se espalhou. Ninguém mais ousou subtrair garrafas daquele lugar assombrado…

O guia ainda nos explica que os vinhos ali guardados, apesar de toda a história, não são Casilleros del Diablo. Na verdade, as barricas de carvalho dali guardam litros e mais litros do mais conceituado (e caro) vinho da casa: o Don Melchor.

El Casillero del Diablo e as barricas de carvalho
El Casillero del Diablo e as barricas de carvalho

Após, todos degustam o tinto Casillero del Diablo, obviamente. E, por último, vem o terceiro e último vinho do tour: Terrunyo, um ótimo tinto. Por ver que eu realmente apreciava a bebida, o guia gentilmente encheu minha taça bem mais do que a dos demais. Eu não reclamei.

A vinícola é muito bem estruturada e o tour é guiado de maneira bastante profissional. Entretanto, achei a degustação dos dois últimos rótulos um pouco atropelada. Explico: degustamos o Casillero e, logo em seguida, sem pausa, o Terrunyo. Como o guia precisava estar presente no horário para receber outro grupo de turistas, o negócio acabou sendo um pouco às pressas. Por outro lado, ele nos deixou todos à vontade para degustar o último vinho tranquilamente, o que é um ponto atenuante. Uma folga maior entre os horários resolveria o problema em definitivo.

No mais, o tour vale muito à pena. Durou em torno de uma hora e a qualidade dos vinhos oferecidos, mais a taça como brinde, mais o aprendizado valem o preço. Recomendo para quem goste de vinhos e para quem não goste também. Afinal, é sempre bom aprender um pouco mais sobre essa bebida com séculos e mais séculos de história.

Todos os caminhos levam a:

Vinícola Concha y Toro

Onde: Av. Virginia Subercaseaux 210, Pirque, Chile. O primeiro passo é ir para o Metrô Las Mercedes. Uma vez lá, pode-se pegar os metrobus 73, 80 ou 81, que param na porta da vinícola. O custo, nesse caso, é de 450 pesos o trecho (fui desse modo e pedi pro motorista me dar um toque quando chegasse à vinícola). Pode-se também optar por táxi, o qual custa cerca de 4.000 pesos por trecho.

Quanto: tour Tradicional – 12.000 pesos chilenos ou 19 dólares; tour Marques – 22.000 pesos chilenos ou 38 dólares (valores em 2016)

Quando: de segunda a domingo. De um modo geral, os horários variam entre as 10 e as 17 horas. Verificar horários aqui.

Reserva: para reservar pelo site da vinícola, preencha o formulário neste link. É simples e a confirmação vem por email, o qual você leva no dia.

Importante: chegar com uma margem de antecedência no dia é recomendável. Caso se atrasar e perder o horário, eles encaixam o turista no próximo tour, de acordo com a disponibilidade de vagas.

Site da Concha y Toro: http://www.conchaytoro.com/?lang=pt_pt


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Sou servidor público, paulistano e fã de Beatles. Viajar me dá motivos para escrever e escrever me dá desculpas para viajar. Tenho um calendário em casa e um na mesa do trabalho, no qual planejo feriados, férias e viagens.

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