De Amsterdã e de Como Aprendi a Andar de Bicicleta

Quando estava com meus amigos na Europa, nossa viagem foi dividida em fases. Na 1ª fase, eu viajava com uma amiga pela Inglaterra, enquanto dois amigos nossos viajavam pela República Tcheca e pela França; na 2ª, encontrávamo-nos todos na Alemanha e passávamos a viajar como um quarteto, viajando por Munique, Berlim e Hamburgo, para depois seguir para a Holanda; na 3ª e última fase, separávamo-nos e nossos dois amigos voltavam para o Brasil enquanto eu seguia com minha amiga para a França.

O foco deste post é a 2ª fase, mais especificamente, a Holanda.

Mais especificamente ainda, Amsterdã.

Bicicleta enfeitada por uma flor em Amsterdam
Amsterdam e seus clichês

Até o começo de 2015, ano desta viagem, eu tinha vinte e seis anos e não sabia andar de bicicleta. Quando pequeno sempre andei com bicicleta de rodinhas, não tirei as rodinhas, não andei mais e, assim, não aprendi a andar. Era algo que eu até tinha vontade de fazer mas não me dispunha a realmente aprender. Até que veio esta viagem para a Europa.

A questão era que eu iria a Amsterdã, a terra onde as bicicletas mandam mais que os carros. Como não andar de bicicleta em Amsterdã? Nem uma voltinha num parque? Impensável. E esse foi o gatilho para que, finalmente, eu me dispusesse e me esforçasse para aprender.

Eu não tinha bicicleta nem muita ideia de como aprender, então fui atrás de profissionais. Sim, há instrutores para se aprender a andar de bicicleta. Paguei por aulas e fui lá no Parque do Ibirapuera aprender, uns três meses antes da viagem.

Bicicleta à beira do canal em Amsterdam, à noite
Amstedam e seus clichês (2)

Equilíbrio, coordenação para pedalar e confiança. Os conceitos eram simples, mas todo aprendizado requer sua dedicação. No começo a ideia era dar um impulso e tentar se equilibrar pelo maior tempo possível em cima da bike, sem pedalar. Depois, o mesmo, mas com o pedalar. Num feriado curto que eu passei na casa da minha vó, peguei uma bicicleta emprestada e tentei aplicar os conceitos aprendidos em aula.

Lá, consegui andar meus primeiros, sei lá, dois ou três metros, pedalando.

Como eu fiquei feliz! Eu realmente havia conseguido! Sei que deve parecer uma coisa extremamente simples e pequena para quem sabe desde criança, mas para mim aquilo foi sensacional e extremamente gratificante.

Fiz mais aulas depois disso. O negócio agora era melhorar o controle e precisão. Eu sabia andar, mas ainda de um modo desajeitado. Numa aula eu me empolguei e tomei um grande tombo no Ibirapuera. Pequenos ralados, marcas do aprendizado. 😛

Ainda tenho muito a aprender e preciso retomar e continuar aquelas aulas. Mas, o que eu tive até abril daquele ano era o suficiente para a finalidade inicial: pedalar em Amsterdã.

Uma vez em Amsterdã, alugamos bikes. O próprio hostel oferecia o aluguel e, ainda que não fosse assim, lugares para alugar uma não faltam na cidade. Quando eu peguei a bicicleta, ainda bateu aquela insegurança. Mas assim que eu subi nela, dei um impulso e me equilibrei, fiquei tão feliz que mal cabia em mim.

Eu estava pedalando no Vondelpark!

Andando de bicicleta no VOndelpark, em Amsterdam
Mãe! Pai! Eu consegui! Olhem pra mim! 😛

Um dia, você não sabe andar de bicicleta e, em outro, você está andando… em Amsterdã!

Às vezes a gente precisa desses empurrões na vida para aprender coisas novas. Amsterdã era a cidade mais aguardada da nossa viagem em quarteto e ela correspondeu às expectativas. As bikes passavam com seus sinos soando à toda, pilotadas por mulheres de salto, homens de terno, gente de tudo que é jeito, de tudo que é idade. E foi ótimo poder fazer um pouco parte disso. A viagem simplesmente não seria a mesma para mim se eu não pudesse ter a experiência de bicicletar na cidade das bicicletas.

No final, qualquer desculpa é uma boa desculpa para aprender algo novo.

Não acham?

Sou servidor público, paulistano e fã de Beatles. Viajar me dá motivos para escrever e escrever me dá desculpas para viajar. Tenho um calendário em casa e um na mesa do trabalho, no qual planejo feriados, férias e viagens.

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