Diário de viagem: como e por que fazê-los!

 

Escrever faz com que a vida seja algo mais. Foi acreditando nisso que comecei a fazer diários de viagem. Fazer um diário de viagem é algo que irá aprofundar ainda mais a sua experiência de conhecer novos lugares, pessoas e culturas. Não é diferente se imaginarmos o motivo pelo qual tiramos fotos. Afinal, por que tiramos fotos? certamente, para ter lembranças, compartilhar com os amigos, registrar momentos, enfim, um item a mais que torna a viagem um “pool” de experiências.

Escrever um diário tem a ver com o processamento daquilo que você está absorvendo ao longo da viagem. É quando você diz para o mundo o que acha dele. Para o mundo pouco importa, pra você importa que faça sentido.

Diário de viagem
Tendo ideias para futuras viagens…

Mas ao colocarmos nesses termos, fica parecendo que ter um diário de viagem é algo próprio de escritores. Como se nas suas páginas pessoais fossem estar amalgamadas de forma sutil e escandalosamente criativa textos capazes de rivalizar com as crônicas de Machado de Assis. Oh não, não, as criações em um diário de viagem não precisam ser tão ambiciosas.

Assim como um diário de viagem é algo que você vai construindo ao longo da viagem, antes, durante e depois, acredito também que o gosto pela escrita é algo a ser desenvolvido no ser humano, de forma não muito diferente como o gosto pela leitura. São pari passu coisas que crescem juntas.

diário de viagem
Trenitalia em 2015. Após um dia em Veneza, retornando de trem e minha companheira anotando algumas ideias avulsas.

Nos meus diários, há dias em que escrevo muito e há dias em que nada escrevo, seja porque estou sem assunto, ou porque estou cansado demais. As circunstâncias também são algo que influencia na escrita. Certa vez eu perdi o meu Vôo que ia de Londres para Amsterdam, por conta disso acabei passando a noite no aeroporto Heathrow de Londres. Era verão e isso atenuava os agravantes, mas eu estava hiper cansado, e preocupado com as malas, acabei não dormindo. A solução foi montar um breve acampamento numa das poltronas da rede Costa Coffee. Minha namorada apagou na poltrona ao lado, e eu fiquei com uma garrafinha de coca-cola e guardanapos que foram se avolumando numa escrita que não cessava. Naquela madrugada escrevi para as horas passarem. Eu não tinha por hábito fazer diários de viagem, afinal, era minha primeira viagem à Europa, eu estava maravilhado, cansado e elétrico. Mal sabia eu que aquilo seria a semente de futuros diários de viagem.

Diário de viagem
Uma noite no aeroporto, muitos cafés e o início dos meus Diários de Viagem.

Um diário de viagem, por outro lado, é um simples caderninho e, além de escrever nele, você também poderá (e deverá) colar tudo o que tem a ver com a viagem, de ingressos para museus a contas de restaurantes, passando por folders e recortes de mapas que façam sentido pra você. Enfim, ser você mesmo é a única regra.

Diários de viagem
Para fazer um Diário de Viagem você precisa ter: um caderno + tesoura + cola + caneta + tudo o que você foi juntando ao longo da viagem

Não tente escrever bonito, pois isso acaba se tornando um bloqueio. Faça setas, ligue páginas a outras em códigos que só você irá entender, faça um vocabulário próprio do idioma, caso vá para outro país que fale outra língua. Desenhe mapas, anote o nome de ruas ou mesmo do garçom que foi simpático com você naquele restaurante em Roma perto da Piazza Spagna.

Diários de viagem
Mapas usados dão boas ideias para construir seu Diário de Viagem.

Costumo ter um caderno para cada viagem. A criação começa meses antes de propriamente embarcar. Primeiro, coloco itens do planejamento, custos, lugares, dicas, tende a ficar meio caótico, mas não me preocupo, não pretendo mostrar a ninguém mesmo.  Penso que os registros em um diário de viagem vão da formalidade do valor que ficará a conta do hotel à subjetividade dos passos de uma garota que caminha com um livro debaixo do braço.

Por fim, é importante lembrar que estas anotações ficarão também como um souvenir da sua viagem, que você poderá olhar depois de 10, 30… quiçá 50 anos. O que hoje parece banal trará lembranças divertidas no futuro. Eu acredito nisso.

 

Um mineiro que gosta de histórias, e acha que escrever e ler é o melhor passatempo.

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