Pôr do sol na Piazzale Michelangelo, em Florença

Quando eu estava planejando minha viagem de uma semana na Itália, a princípio, estava decidido a fazer uma viagem mais lenta e concentrada: passar todos os dias em Roma era a ideia inicial. O título já dá a dica: mudei de ideia.

Depois de muito ler e pensar, os sete dias se dividiram entre Roma, Florença e Veneza. Se eu pudesse voltar atrás, teria feito essa mesma viagem, por esses mesmos lugares, em dez dias. Mas essa semana em terras italianas já foi uma grande passo rumo ao meu objetivo de viajar mais lentamente, se comparado à minha primeira viagem à Europa.

O Domo de Florença

Os dois dias em Florença me permitiram sentir que eu poderia passar, tranquilamente, vários dias ali. E a questão aqui não é somente de muitas coisas para se ver, porque a cidade é, quando comparada à Roma, muito compacta. A questão é subjetiva, é um “quê” da cidade que faz com que você queira ficar.

Quando eu desembarquei do trem vindo de Roma e comecei a andar pelas ruas florentinas, alcançando em poucos minutos a Catedral Santa Maria del Fiore, o sentimento de que eu estava em uma cidade completamente distinta foi cristalino e imediato.

Catedral Maria del Fiore

Não há meios de se confundir Roma e Florença.

Ambas são maravilhosas, porém completamente únicas. Em Florença, o ar da cidade me encantou de um jeito que eu não esperava. O Domo gigantesco de Bruneleschi, o Davi de Michelângelo, a maravilhosa Galeria dos Ofícios, tudo é agradável aos olhos. Mas além disso há muito mais, um “muito mais” subjetivo, um encantamento que se experimenta. No hostel, fiz amizade com uma coreana. Conversando, ela me falou de um lugar ali sobre o qual eu já tinha lido quando estava planejando o que visitar na cidade: a Piazzale Michelangelo.

“Fui ontem lá, o pôr-do-sol é lindo”.

Sobre o lugar, eu havia lido exatamente o que ela me disse: um pôr-do-sol lindo e uma vista fantástica da cidade. Perto do entardecer, fui para lá.

A Piazzale Michelangelo fica no alto de um monte florentino. Do meu hostel, atravessei a Ponte Vecchio e uma serie de ruelas até chegar a uma subida íngreme, à qual se segue um longo lance de largos degraus a serem galgados. Dependendo da velocidade com a qual se faz o caminho, perde-se o fôlego e, se isso não acontecer na subida, certamente acontecerá ao se chegar ao topo.

A vista da cidade é fantástica. Aquela vista linda, comum em fotos, de Florença lá embaixo, com o Domo se destacando entre as construções e algumas montanhas ao fundo? Sim, é exatamente dessa vista que eu estou falando.

Vista completa, com o Domo pequenino e as cadeias de montanhas ao fundo

A Piazzale Michelangelo é um mirante maravilhoso da cidade. Além do ângulo mais famoso, há outros ângulos igualmente lindos, em que se enxergam cadeias bucólicas de montanhas no horizonte.

O pôr-do-sol? Fabuloso. Na ocasião, havia um músico tocando Imagine, do John Lennon. Pra mim, um fã de Beatles, não poderia existir trilha sonora mais tocante. Poder presenciar aquele pôr-do-sol, junto com pessoas de diversas partes do mundo e com a atmosfera fascinante daquele lugar me deu uma sensação de harmonia inexpressável.

O pôr-do-sol

Fiz o caminho de volta com a cabeça nas nuvens, enquanto o azul do céu se tornava marinho e as estrelas começavam a despontar. Feliz. Maravilhado.

Galgar aqueles degraus valeu mais a pena do que eu pensava.


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Sou servidor público, paulistano e fã de Beatles. Viajar me dá motivos para escrever e escrever me dá desculpas para viajar. Tenho um calendário em casa e um na mesa do trabalho, no qual planejo feriados, férias e viagens.

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