Roma é a cidade das multidões, sobretudo, nos meses de alta temporada. Por todos os lados, legiões de turistas disputam seu espaço milenar. Na primeira vez em que lá estive, não havia espaço para as pessoas nas ruas, que dizer nas calçadas. Andar pela Via del Corso é um desafio. Atravessar a Piazza Spagna em direção à via del Condotti, sem um esbarrão, é uma conquista.
Tudo isso não deixa de ser uma Ode a esta cidade, porque todos querem vê-la, registrar momentos felizes e, guardá-la na memória. Não seria exagero dizer que Roma vive além de seus muros.
Só para se ter uma ideia >>
Mas, a poucos metros deste “inferninho”, como diria meu amigo Alex, há uma singular rua chamada “Margutta“, em bom italiano, “via margutta“. Uma pequena rua de três quarteirões que passa longe dos roteiros convencionais, paralela à Via del Babuino, entre a Piazza Del popolo e a Piazza Spagna,
O que a Via Margutta oferece ao viajante é um momento de tranquilidade, uma pausa ao roteiro apertadíssimo onde tentamos encaixar em poucos dias 27 séculos de história. É como visitar os grandes museus do mundo. No final, acabamos sofrendo uma overdose de estética e beleza incomum para o nosso dia a dia. O resultado é que nos sentimos muito cansados, e é nesse contexto que a Via Margutta sobrevive como um antídoto ao frenesi de uma cidade que, uma vez capital do mundo, sempre capital do mundo.
Na Via Margutta, de forma despretensiosa, o viajante irá encontrar, além do silêncio (é vero!), alguns pequenos antiquários, estúdios e galerias de arte. Tudo na mais santa paz.
O lugar parece parado no tempo, e acho que se você fizer um esforço, poderá até imaginar o cineasta Federico Fellini deambulando por aquela via, posto que o número 110 foi o endereço deste ilustre morador décadas atrás.
Além disso, a Via Margutta possui alguns poucos restaurantes. Ficarei devendo uma avaliação deles. Se você, caro leitor, tiver alguma dica, conte-nos!