Era meu terceiro dia em Edimburgo. O primeiro dia foi uma recepção fria por parte da cidade: temperaturas de um dígito junto de chuva e vento. Na sensação térmica da minha imaginação fértil eu estava em um inverno russo. O segundo dia foi melhor, ficaram apenas o frio e o vento, a chuva deu trégua. No terceiro, ao acordar, a funcionária do hostel me disse: temos sol hoje! Tímido, é verdade, mas lá estava ele brilhando entre as nuvens. Era um bom dia para encarar a subida do Arthur’s Seat.
E o que seria o Arthur’s Seat? Basicamente é o topo do Hollyrood Park, um parque bem grande cheio de colinas. O complexo de colinas culmina no Arthur’s Seat, o ponto mais alto do grupo. A menina no hostel perguntou se eu curtia caminhada, porque o caminho para chegar ao alto da colina era puxado. Eu sempre olho essas recomendações com alguma desconfiança, porque eu gosto muito de andar e gosto de encarar caminhadas mais alongadas.
E mais: eu gosto muito de ver os lugares do alto. Sou basicamente um pássaro frustrado.
Assim, achei que valia a pena a empreitada. Pra começo de conversa eu me perdi no caminho para o lugar. O mais legal é que eu estava com GPS no celular.
Sim, eu sei.
Ao encontrar o lugar, uma placa bacana dizia coisas como: rota insegura, degraus irregulares, bordas escondidas, pode ser perigoso. Olhei aquilo e dei risada. Olha as ideias. 😛
É, fui obrigado a engolir o riso.
A subida é mais complicada do que eu pensava e exige um bom nível de esforço e empenho. A Bruna do blog Contando as Horas recomenda não fazer a subida se estiver ventando muito. Felizmente neste dia estava tranquilo nesse quesito.
Devo ter levado cerca de uma hora para chegar ao topo. Como muito do caminho é terra e pedras, a chuva de dois dias atrás não tinha facilitado as coisas para nós, caminhantes (muita gente estava fazendo a subida). Há alguns pontos bem irregulares mesmo, então, caso vá fazer a subida, tênis pra caminhada, disposição e bastante cuidado são essenciais.
A recompensa é ver Edimburgo do ponto mais alto da cidade. O pico mede exatos 250,5 metros. Dá pra ver a cidade, as montanhas ao fundo e o Mar do Norte. Bem legal.
Na descida todo santo ajuda, fazendo da volta tarefa mais fácil.
Como eu disse, o Arthur’s Seat se encontra inserido em um parque gigantesco, o Hollyrood Park. A Bruna escreveu um post bem completo sobre as trilhas possíveis no parque, o qual eu recomendo a leitura, neste link.
Recomendo o Arthur’s Seat para pessoas que gostam de caminhada e trekking. Se não for sua pegada, dispense. Se estiver com pouco tempo na cidade, considere, mas tenha em mente que o programa é puxadinho, em termos de esforço físico.
Há uma colina mais tranquila no centro de Edimburgo, o Calton Hill (tem post no blog, leia aqui), que é aquele que eu recomendo se você estiver com tempo curto e não tiver disposição para encarar caminhadas mais longas. Mas se você for um pássaro frustrado, como eu, fica a dica do Arthur’s Seat. 😉
Todos os caminhos levam a:
ARTHUR’S SEAT
Onde: o Parque Hollyrood fica na Queens Drive, pertinho do Palácio de Hollyrood, no final da Royal Mile.
Quando: o parque fica aberto 24 horas. Todos os caminhos recomenda a visita durante o dia para ter uma vista legal da cidade
Quanto: GRÁTIS.
Site: https://www.visitscotland.com/info/see-do/holyrood-park-and-arthurs-seat-p914341