Golpe em Lisboa: os “traficantes” da Baixa

A Baixa Pombalina, normalmente chamada apenas de “Baixa”, é o bairro lisboeta que engloba a Praça do Comércio, o calçadão da Rua Augusta e proximidades, à beira do Rio Tejo. Parte essencial de Lisboa, histórica, cultural e turisticamente falando. Foi o lugar que escolhi para me hospedar na cidade e não poderia ter acertado mais, pois a localização é central e fantástica, perto de tudo.

Golpe em Lisboa ma Praça do Comércio, com o Arco Monumental da Rua Augusta, ao fundo
Praça do Comércio, com o Arco Monumental da Rua Augusta, ao fundo

Tralhas deixadas no hostel, atravessei o calçadão e passei pelo monumental Arco da Augusta, para chegar à Praça do Comércio. O sol estava alto, o dia estava lindo. Até que um rapaz me abordou: “Hey, cocaine? Marijuana?” Com a minha melhor cara de “what the fuck?” recusei e continuei andando pela praça, um tanto atônito com a abordagem. Nem cinco minutos depois, lá vem outro “cocaine? Marijuana? Haxixe?” Este tinha uma maior diversidade de produtos…

Fiquei perplexo. Lisboa, uma das cidades mais seguras do mundo, receber a minha pessoa com este tipo de abordagem… Não que os traficantes trouxessem qualquer noção de perigo real. Eu só recusava e saía andando, como os demais turistas faziam. Mas a sensação de um tráfico rolando livremente ali, numa das principais regiões da cidade, incomodava muito.

Mais tarde, conversando com um lisboeta, eu fui entender melhor a história.

Os “traficantes” da Baixa não são traficantes de fato, e sim meros golpistas. O golpe consiste no seguinte: o cara oferece maconha, você compra e depois vai descobrir que aquilo era um simples tempero. Eles carregam orégano e especiarias variadas com eles, mas nenhuma droga de fato. 🙂

Como o Ari me disse quando eu contei a história, o próprio golpe tem um fundo moral: se você comprar, acaba sendo enganado. Quem mandou procurar fazer coisa errada? 😛 Brincadeiras à parte, os caras enchem um pouco o saco mas não trazem perigo real. Basta ignorar. Eles se concentram na Praça do Comércio e no calçadão da Augusta.

Leve com bom humor e não deixe isso aborrecê-lo. Depois de saber a real, passei a achar graça do golpe. Viajar também é descobrir essas coisas inusitadas pra dar risada depois.

E, para fechar a história, não obstante a recepção narrada, posso dizer que Lisboa foi uma das cidades em que mais me senti seguro e tranquilo. Atenção com batedores de carteira sempre é bom e necessário, mas sou obrigado a concordar com o título lisboeta de “uma das capitais mais seguras do mundo.” 😉

Sou servidor público, paulistano e fã de Beatles. Viajar me dá motivos para escrever e escrever me dá desculpas para viajar. Tenho um calendário em casa e um na mesa do trabalho, no qual planejo feriados, férias e viagens.

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