Meio século no limiar do perigo – memórias de um aventureiro amador

 

Meio século no limiar do perigo
Meio século no limiar do perigo … Um livro incrível, com relatos verdadeiros das viagens de Claudio Moura Castro ao redor do mundo. Entre as páginas, fotos e desenhos para arrebatar ainda mais o leitor.

Claudio Moura Castro é um desses mineiros (naturalizado… mas enfim) que tem histórias para se contar. “Um mineiro tranqüilo e aventuroso”, já diz o prefácio da obra. O livro “Meio século no limiar do perigo – memórias de um aventureiro amador” narra suas peripécias ao redor do mundo à busca de aventura e adrenalina.

Dificilmente alguém suspeitaria que por trás do ar sério estampado na foto da coluna VEJA, onde costumava lê-lo, teríamos conjugado à intelectualidade, a presença de um homem também aventureiro, que não se limita à paisagem dos edifícios e ruas de concreto, mas que estiola a vida de escritório nos Alpes e correntezas de um rio alvoroçado. É fantástico isso, essa combinação, pois é algo que não costumo ver a cada esquina.

Meio século” é um livro que harmoniza opostos. Percebi isso logo no começo, e ao longo da leitura fui reforçando esta idéia. Depois, voltei-me para a capa… e o título me soou bastante claro.. ‘”MEIO SÉCULO”. O caminhar entre opostos, o difícil caminho do meio.

A mensagem era simples: mãos e cérebro fazem parte de um mesmo corpo. Como Cláudio mesmo diz, “é ter cavalos, viver a mais rústica e desconfortável das vidas e ler profusamente (…) é pairar em uma classe social indefinida (cavalariço, inventor ou executivo?)”. Por fim, conclui “a criatividade de uma nação está ligada a esta capacidade de pensar e teorizar. Mas, ao mesmo tempo, ir até às últimas conseqüências no fazer”.

Acho que esta é a principal mensagem que levo deste livro. Nele, não apenas um homem narra suas vivências em diferentes esportes ao redor do mundo, mas, principalmente, tece uma linha interessante que vai da reflexão à ação. Um rio ziguezagueante, um pairar entre térmicas, o gene da aventura. Belíssimo livro!

“Se estamos sempre partindo e voltando, é também verdade que estamos sempre ancorados. Nosso destino jamais é um lugar, mas uma nova maneira de ver as coisas” Henry Miller

“Meio século no limiar do perigo”, que guardo com zelo em minha pequena biblioteca, ensina-me não apenas sobre viagens, trilhas e continentes, mas também sobre pessoas, nações, coragem e vida. É um livro poético, venturoso, cheio de perigos e precipícios que apenas os fortes atravessarão de forma voluntária. É um livro que eu releio sempre, pois logo no início cita Fernando Pessoa de forma arrebatadora: “paisagem, isto é, ninguém”. A frase nos ensina uma coisa: discernimento. Precisamos do silêncio da solidão como da voz alheia que nos fustiga a viver em coletivo. Ninguém vive só.

Viajar, nesse meandro de sertões e cordilheiras, passando pela história humana, é saber sempre equilibrar (o caminho) entre os pólos que nos seduzem. Por isso mesmo, recomendo a leitura desse livro, que abrirá nos horizontes de viagens a desbravar, com um novo olhar, uma nova bússola, um equilíbrio entre viajante e bagagem a despachar.

 

 

Leia sempre, leia mais!

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