Quatro estações em Roma – um livro para (re)descobrir a capital do mundo

Quantas vezes podemos descobrir uma cidade? (re)descobrir suas ruas, monumentos, edifícios e praças? No livro de Anthony DoerrQuatro estações em Roma – memórias de um escritor americano na Itália“, tradução de Marcelo Levy, eu fiz uma viagem à cidade eterna de Roma por meio dos olhos sensíveis deste escritor, pela visão aguçada de detalhes que, geralmente, passam despercebidos. Uma cidade descrita pelas estações do ano, a força do passado tão presente quanto o sol de verão.

Ao receber o prestigioso prêmio da Academia Americana de Artes e Letras – uma bolsa para passar em ano em Roma – Anthony Doerr muda-se para a capital italiana com a esposa e os dois filhos gêmeos recém-nascidos. Assim, o livro narra suas vivências e descobertas dos inúmeros lugares que Roma possui e que parecem inesgotáveis. Acho que são.

Logo ao chegar em Roma, as observações de Doerr nos oferecem o tom de sua escrita:

Do outro lado da grade do terraço, a cidade é um campo infinito de sombras. Os ossos de Keats, Rafael e São Pedro jazem decompostos em algum canto. O papa sonha a menos de um quilômetro de distância“.

O interessante do livro é o recorte absolutamente pessoal que a escrita de Doerr dá a uma cidade já tão descrita, falada e proclamada por tantos escritores, poetas, artistas em séculos e séculos de existência. Mas, Roma possui tantas camadas que é impossível determinar um fim para esta história tão antiga e tão influente em todo o ocidente.

Museo Storico dei Bersaglieri

E isso só reforça o meu interesse por Roma, os detalhezinhos que a compõe, as particularidades que a distinguem – como uma senhora elegante, que atravessa a rua – piú bella – atraindo os olhares de admiradores secretos.

“Vivo testemunhando milagres aqui: glicínias escalando muros, pedaços de céu que se intrometem nos vãos dos arcos de uma torre de sino, água jorrando sem parar de um barco de mármore semissubmerso na Piazza di Spagna. O piso de uma igreja parece ter a maciez de um corpo humano, a película que encobre uma bola de muzarela é saborosa o suficiente para mudar minha vida”

Sigam o Blog Todos os Caminhos nas redes:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *