Introdução ao MUNDO DO VINHO

Foi a partir das viagens que fiz que meu interesse por vinhos foi despertado. Lembro bem da primeira vinícola que visitei, a primeira degustação, e até mesmo o vinho que trouxe e ainda está em minha adega. E lá se vão mais de 7 anos. Aprender sobre vinhos exige tempo, certa dedicação e nenhum tipo de pressa. Quero dizer, você amadurece seu conhecimento sobre vinhos na medida em que você mesmo se torna mais maduro e experiente. Sem neuras, é claro, em deter conhecimentos, mas sim, experiências.

Introdução ao mundo do vinho, de Ciro Lilla, um ótimo livro para começar a aprender sobre vinhos.

E foi nessa jornada que comprei meu primeiro livro sobre vinhos, que na minha opinião, é um dos melhores que tive a oportunidade de ler. É simples, direto, claro e abrangente. “Introdução do mundo do vinho“, de Ciro Lilla, tem um destaque na minha pequena biblioteca sobre vinhos. Por isso que, para um iniciante, penso eu, é uma ótima dica para começar – repito, começar – a aprender sobre o mundo dos vinhos.

Mas preciso fazer, desde já, uma advertência: aprender sobre vinhos é como caminhar – não tente aprender muita teoria sem viver a prática, ande com as duas pernas e todo o percurso se tornará bastante agradável. Não adianta saber que Tannat é originária da França, mas que é no Uruguai que ela se revela nos melhores vinhos, sem nunca ter bebido um vinho dessa cepa. Este tipo de conhecimento enciclopédico se torna bastante vazio sem a correspondente prática.

Por exemplo, primeiro você vai ao mercado e compra um tannat baratinho (na faixa de 30 ~40 reais) e bebe o vinho e começa uma relação de proximidade. Mas isso é só o começo, pois um vinho onde as distinções de um tannat se apresentarão exigirá um pouco mais de investimento e intimidade. Estou falando de um vinho na casa de 80 ~ 130 reais. Porque um bom vinho para ser produzido exige muita dedicação, esmero, investimento, mãos, tempo, sorte que – verdade seja dita – acaba fazendo dele um produto caro. Mas, quando você puder beber um vinho desse, com ótima qualidade, perceberá que o mundo dos vinhos é realmente uma enciclopédia viva em que o conhecimento de séculos estão dentro de uma taça de vinho. Quando você perceber isso, saberá que um vinho de 100 reais é barato e um refrigerante de 10 reais é bem caro.

O livro de Ciro Lilla tem a majestosa habilidade em explicar o mundo dos vinhos de forma bem agradável e elucidativa. Primeiro, as origens, noções preliminares referentes a processos de produção, fermentações, garrafas, barris e rolhas. Tudo isso é singularmente importante para os vinhos. Mas com uma escrita dinâmica, todos estes aspectos são bem interessantes de se ler.

Em seguida, o livro aborda uma visão geral sobre cada tipo de Uva, suas origens e características. Mas estamos falando aqui das principais. Delicie-se em descobrir a diferença entre uma merlot (importante na região de Bordeaux – França) e uma nebbiolo (que cresce forte no norte da Itália e é alma de um Barolo). Aprender sobre vinho, assim é, como um passeio pelo mundo, onde características geográficas são importantes – terroir – assim como habilidades e conhecimentos guardados de gerações em gerações no esteio de algumas famílias.

O livro possui um capítulo muito interessante também sobre “Os vinhos e seus países de origem“, e aqui você vai aprender a mapear os vinhos e seus lugares. Foi muito feliz o autor em começar este longo percurso (são mais de 90 páginas nesta temática) falando sobre a Serra Gaúcha e os espumantes maravilhosos que produzimos. Dali estamos a um passo da Argentina, que cultiva uma das uvas que mais me encanta – malbec! Este capítulo é tão abrangente que chega a falar de vinhos húngaros – os tokaji – que, por serem bem doces, caem bem com sobremesas e são vinhos também de meditação. São caríssimos, vale a curiosidade, e se um dia você degustar um destes me conta como é.

Na sequência, o livro aborda o casamento feliz entre “vinho e comida” e as harmonizações. Porque vinho – não todos, mas no geral – é uma bebida melhor degustada com o acompanhamento de alguma refeição. Há regras gerais para este casamento dar certo, mas o vinho é uma bebida tão delicada e sutil que o mundo das harmonizações é um caso à parte. Há harmonizações excêntricas e há harmonizações clássicas, e entre estes extremos pululam tentativas de todo tipo. Assim como num casamento, o ideal é ter equilíbrio e não deixar que um se sobreponha ao outro.

Por fim, o livro fecha com uma série de perguntas mais frequentes:

  • É certo servidor o vinho do Porto naqueles cálices bem pequenos, que mais parecem um dedal?
  • Como se pode conservar um vinho depois que se abriu a garrafa e não se bebeu tudo?
  • Não parece uma incoerência vinho ser ácido e doce ao mesmo tempo?
  • O que é vinho varietal?
Alguns vinhos que trouxe de viagens.

São muitas as dúvidas sobre os vinhos e ao estudar, suas dúvidas aumentarão e suas perguntas se tornarão mais refinadas também. Talvez algumas respostas você terá que encontrar você mesmo, com suas próprias conclusões na extensão de suas experiências.

Quando disse, no começo desse post, que as viagens me levaram aos vinhos, eu estava falando de algumas degustações que fiz em viagens que realizei, e acho que esta é uma das melhores formas de aprender sobre vinhos. Segue abaixo alguns posts sobre vinhos, meu e do amigo Alex:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *