No segundo dia na Suíça, fomos conhecer Zurique, que fica a aproximadamente 1 hora de carro de Gersau. Um dos principais conglomerados financeiros e bancários do mundo, Zurique possui um centro antigo (Altstadt ) bastante charmoso e agradável. Fazia muito frio, mas neste dia o sol estava presente. Andamos ao longo da Bahnhofstrasse, por entre toda a elegância do comércio local. Nosso objetivo era chegar na importante praça – Spielplatz Lindenhof – que oferecia uma bela vista da cidade.
Mas antes, subimos pela Augustinergasse, uma importante rua medieval, com fachadas coloridas e belos edifícios. Várias bandeiras penduradas tornam esta parte da cidade especialmente bela e parte indispensável em seu roteiro por Zurique.
Os suíços, reconhecidos por serem um povo reservado, possuem cidades também de beleza discreta, monumentos não muito grandes (fontes modestas, por exemplo) e edifícios que não se destoam muito. A beleza, ao meu ver, pelos lugares que passamos, estava muito mais nos detalhes, na distinção e na proporção das coisas. Nada se sobressaia e tudo parecia no lugar apropriado. Decerto, não era como uma cidade planejada, mas havia uma organização pensada por séculos, acho, o que revelava uma Zurique muito interessante e que não estava preocupada em se mostrar.
A praça Lindenhof é bem peculiar. São várias árvores plantadas e… é isso. Bem simples, sua beleza está na vista que oferece no parapeito do lado leste, para o rio Limmat e o outro lado da cidade. Penso que uma cafeteria nesta praça seria um ótimo atrativo, mas me pergunto se isso não subjugaria a simplicidade do seu caráter medieval. Seja como for, após fotos, descemos pela pfalzgasse, e encontrando pelo caminho joalherias e lojas de decoração.
Na parte baixa da cidade, ao lado do rio, seguimos atravessando pela Rathaüsbrucke. Mas antes, é preciso dizer. Ao norte deste ponto, temos a estação de trem de Zurique, ponto a partir do qual muitos chegam a esta cidade. Ao lado, o Museu Nacional Suíço (Schweizerisches Nationalmuseum), que acredito valer a pena ver, se você dispor de mais tempo. Ali você encontrará muito da história e da arte e artesanato suíço. O prédio é belíssimo e está junto ao parque Platzspitz, que tem jardins geométricos e tudo ao lado do rio. No verão os suíços usam estas gramas para pegar um sol. É válido. Só não fui até lá porque o frio estava forte e queríamos conhecer melhor a outra banda de Zurique.
O atrativo do outro lado do rio é a Grossmünster, catedral românica do século XII. Trata-se de uma igreja protestante reformada e de beleza estonteante. Suas duas torres se destacam no skyline da cidade e esta é uma importante parte turística da cidade. Havia bastante movimento de pessoas e lojas de souvenires.
Zurique, ainda não disse, mas é a maior cidade da Suíça, embora eu facilmente erraria ao achar que fosse Genebra. Trata-se do coração financeiro deste país que é reconhecido por seus bancos, relógios e… chocolate. Mas, a dinâmica de Zurique, seu centrinho histórico, seu traçado não deixam entrever que se trata da maior cidade deste país. Certamente por isso me surpreendi tanto com esta cidade. Talvez, o segredo seja sempre manter a expectativa sob controle.
Já passava das 15h e nós queríamos passar o fim do dia em Gersau. Conhecemos, talvez, 1/3 das principais coisas de Zurique e, confesso, superficialmente. Viagens de carro com bate-volta tem isso, você vê muitas coisas, mas bem en passant. Sempre dá vontade de retornar, passar dias, sentar num café e ver os suíços caminharem, com sua discrição e pontualidade, suponho, impecáveis. Mas, voltaria no verão, em contraste ao fim do outono, ainda muito frio.
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